Fontes naturais de vitaminas, carboidratos, minerais, fibras e água, as frutas são o pacote completo para o bem-estar, diretamente da natureza para o nosso corpo. Segundo o Ministério da Saúde, são alimentos que trazem vitalidade e disposição, sendo de extrema importância para o bom funcionamento do organismo.
No entanto, ainda de acordo com a entidade, apenas um em cada quatro brasileiros consome a quantidade ideal recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que seria a ingestão diária de pelo menos 400g de frutas e hortaliças — ou cinco porções.
Os motivos dessa baixa na dieta dos brasileiros podem variar, mas, talvez, um deles possa ser explicado com a aversão que algumas pessoas adquiriram em relação aos carboidratos presentes nas frutas. Nas redes sociais, é comum encontrar recomendações infundadas de que, para emagrecer, é preciso tirá-las do cardápio. Para a nutricionista Caroline Romeiro, presidente do Conselho Regional de Nutricionistas da 1ª Região (CRN-1), é preciso ter cuidado com alguns conteúdos propagados sobre dietas, principalmente na internet.
No ano passado, segundo ela, o CRN-1 recebeu 306 denúncias, a maioria delas de exercício ilegal da profissão. “Isso mostra o aumento dos palpiteiros sobre alimentação sem conhecimento, o que pode ser prejudicial à saúde da população. Os carboidratos naturais dos alimentos in-natura, tais como a frutose, presente nas frutas, não causam nenhum malefício à saúde”, explica a profissional. “Os açúcares que fazem mal são os adicionados pela indústria aos alimentos processados e ultraprocessados”, pontua.
Segundo a nutricionista, os carboidratos presentes nas frutas dão energia de forma rápida; as vitaminas e minerais participam de vias metabólicas do organismo; as fibras e a água contribuem para a saúde intestinal; e os compostos bioativos têm diversas funções na proteção da saúde. Dessa forma, consumir frutas diariamente é essencial para prevenir doenças crônicas, tais como obesidade, diabetes, disfunções cardiovasculares e câncer.
Elas podem ser inimigas?
Para pessoas que têm frutosemia, condição de causa hereditária ou secundária, caracterizada pela intolerância à frutose, o consumo de frutas pode causar sintomas desconfortáveis. “Na intolerância hereditária, os sintomas incluem dores abdominais, hipoglicemia, vômitos, náuseas e sudorese.
Nesse caso, o ideal é excluir a frutose da alimentação”, explica o nutricionista Thiago Bronze Dias, pós-graduado em nutrição clínica.
“Já em causas secundárias, relacionadas à má absorção, os sintomas são: mal-estar, distensão e dor abdominal, náuseas, constipação ou diarreia e flatulência. Nessa situação, não é necessário excluir a frutose, somente restringir, de acordo com a aceitação de cada paciente”, pontua.
O profissional ressalta ainda que pessoas com esse tipo de intolerância devem estar atentas também à ingestão de sacarose, sorbitol (adoçantes dietéticos, produtos sem açúcar, ameixas, peras, cerejas e maçãs), frutanos, glicose e lactose, que provocam os mesmos sintomas nos intolerantes de causa hereditária. “Como existem muitos alimentos com essas substâncias, o ideal é fazer acompanhamento nutricional com alguém altamente familiarizado com essa condição”, completa Thiago.
Hábitos saudáveis
A nutricionista Caroline Romeiro ressalta que, apesar de se ter em mente a funcionalidade que as frutas podem ter, é importante saber que, para a imunidade, para o bom funcionamento do intestino, para a pele ou para qualquer outra situação, o conjunto de ações que formam o hábito das pessoas, incluindo o alimentar, será o ponto principal. “Para melhorar a imunidade, não basta consumir frutas ricas em vitamina C, mas, sim, ter um hábito de vida saudável, que inclui o consumo de todas as frutas, incluindo as que são fonte de vitamina C. O nosso organismo funciona de forma integrada e, para o seu bom funcionamento, deve haver equilíbrio no consumo dos nutrientes”, reforça a profissional.
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