O chocolate amargo pode ser o melhor amigo de quem adora uma sobremesa, mas sem deixar de lado a saúde.
Rico em nutrientes e em sabor, esse alimento faz bem ao corpo e ao paladar. Confira a seguir um pouco mais sobre a história desse ingrediente milenar, entenda quais benefícios ele proporciona e qual quantidade sugerimos você consumir diariamente.
Qual o melhor chocolate amargo?
Apesar de não existir uma norma ou legislação, o consenso é que, para ser considerado amargo, o chocolate precisa ter pelo menos 70% de cacau em sua fórmula (embora alguns fabricantes comecem a considerar os amargos a partir de 50%).
O produto é feito com grãos de cacau torrados, pouco açúcar e, preferencialmente, sem nada leite. Quanto mais cacau, menor o teor de açúcar em sua formulação. A pureza do chocolate varia bastante, mas existem opções no mercado com até 99% cacau em sua composição.
Esse tipo de chocolate se aproxima mais do sabor do alimento em sua origem asteca. A bebida amarga consumida por esses povos — xocolatl, que significa água amarga — deu origem à mistura de cacau, que é tão popular nos dias de hoje.
Como é feito o chocolate amargo?
De forma geral, a criação dessa guloseima tão cobiçada começa quando as frutas do cacau são retiradas e quebradas as semente. Isso porque esse é o substrato base do chocolate, mas, nesse ponto, ainda estão bem amargas.
No processo de produção dos chocolates meio amargos e das versões ao leite, a receita ganha dosagens de açúcar e leite. Além disso, a torra do cacau também influencia o sabor do chocolate, assim como nos diferentes cafés.
Geralmente, os chocolates amargos sofrem a torra a diferentes temperaturas, para que o amargor fique mais pronunciado no produto final. Inclusive, o Brasil se destaca como produtor cacaueiro por conta do clima tropical, tendo ambientes ideais para o cultivo.
Hoje, o país é o maior produtor da América do Sul e um dos maiores do mundo. Não é coincidência que existem chocolates amargos brasileiros premiados no International Chocolate Awards.
Qual é o benefício do chocolate amargo?
Quanto maior o teor de cacau no chocolate, mais puro ele é. Assim, possui uma quantidade menor ou ainda, isenta de açúcar e maior quantidade de nutrientes e compostos benéficos à saúde.
O cacau é rico em substâncias antioxidantes e anti-inflamatórias como os compostos fenólicos, catequinas e procianidinas. É fonte rica de minerais, como cobre, ferro, zinco e magnésio.
O selênio e potássio, por exemplo, também estão presentes em menores quantidades. Uma pesquisa feita pela Universidade de Loma Linda aponta que, entre os aspectos positivos no consumo de chocolate amargo, estão: melhora no estresse oxidativo, memória, humor e imunidade.
São beneficiados ainda os sistemas cognitivo, endócrino e cardiovascular. Por isso, recomenda-se o consumo de uma porção diária para garantir os benefícios à saúde listados abaixo:
Promove redução do apetite e pode ajudar no controle de peso
De acordo com um estudo Holandês, publicado na US National Library of Medicine, promover a sensação de saciedade é um dos benefícios do chocolate amargo, justamente por seu efeito na digestão.
Além disso, os flavonoides presentes em sua composição ajudam a controlar a entrada do açúcar no sangue, potencializando a sensação de saciedade, contribuindo também para o controle do peso. Podem também auxiliar na melhora da resistência à insulina, principalmente no caso de pacientes com obesidade, diabetes e outras doenças crônicas.
Assim, regulando os índices de glicose no sangue, evita a liberação excessiva de insulina, hormônio relacionado, entre outras funções, ao acúmulo de gordura abdominal.
Faz bem pro coração
Um estudo publicado em Melbourne, na Austrália, demonstra alguns bens causados ao órgão. Primeiramente, consumir chocolate amargo duas vezes por semana já é suficiente para reduzir o risco de morte por doenças ligadas ao coração, como o infarto.
Em segundo lugar, por ser rico em catequinas e procianidinas, substâncias antioxidantes, contribuem para diminuir o estresse oxidativo e melhorar a defesa interna antioxidantes, reduzindo o risco do desenvolvimento da aterosclerose, por exemplo.
Pode, ainda, auxiliar no tratamento da hipertensão arterial, provavelmente por dois mecanismos: o cacau parece melhorar a biodisponibilidade de uma substância chamada óxido nítrico (vasodilatadora) e pode inibir uma enzima responsável por aumentar essa pressão.
Além disso, a ingestão de chocolates com alto teor de cacau, pode ajudar a aumentar o bom colesterol (HDL) e reduzir o mau colesterol (LDL). Como cardioprotetor, também diminui o risco de agregação plaquetária nas artérias e, assim, a formação de coágulos.
Rico em antioxidantes
O chocolate amargo é um dos alimentos com maior potencial antioxidante. Possui índices maiores que do açaí e do mirtilo, por exemplo.
Assim, combate os radicais livres e o estresse oxidativo, como mencionado acima. Entre os benefícios listados, pode diminuir o risco de câncer e problemas cardiovasculares, além de também evitar o envelhecimento celular precoce.
Promove sensação de bem-estar
Um dos benefícios mais conhecidos do chocolate é a capacidade de liberar substâncias que aumentam a sensação de bem-estar. Na lista estão: a endorfina, que ameniza o estresse, e a serotonina, um neurotransmissor que acalma e que pode melhorar sintomas de depressão.
O cacau também possui uma substância chamada anandamida (em pequenas quantidades), que pode atuar em áreas do nosso cérebro que regulam funções como a dor, ansiedade, humor, memória e controle de apetite. Ela é uma endorfina produzida também pelo nosso corpo em situações de felicidade, por isso é chamada de “substância da felicidade”.
Quanto de açúcar tem no chocolate amargo?
Maior o teor de cacau, menos açúcar no chocolate. Confira um pouco mais sobre os ingredientes em cada tipo de chocolate.
Chocolate amargo
Também chamado de dark ou negro, é o que possui maior concentração de cacau e nutrientes. Normalmente, com percentuais acima dos 70%, afinal sua produção leva pouco açúcar e exclui o leite na formulação.
Dessa forma, é o chocolate com maior benefício à saúde. Sua característica marcante é o sabor amargo, que se deve à quantidade de massa de cacau ou licor de cacau em sua receita. Dependendo do chocolate, uma porção de 30g fornece 179 calorias, e contém apenas 7.2g de açúcar total.
Chocolate meio amargo
Concentra uma menor quantidade de cacau em relação aos chocolates amargos, porém ainda superior às formulações ao leite.
Costuma ter em torno de 50% de cacau em sua composição, pouco açúcar e um sabor menos acentuado. Uma porção de 30g desse chocolate fornece 164 calorias, mas possui 14.3g de açúcar total.
Chocolate ao leite
Estes, por sua vez, têm parte da massa de cacau substituída por leite em pó. O teor de cacau nesse tipo de chocolate, varia entre 25% e 46%, na maioria das vezes.
Mas ainda existem outras variações que incluem licor, manteiga de cacau e outros ingredientes. O produto final é o popular do mercado, conhecido por sua textura cremosa e um sabor doce bem característico.
Apesar desse número variar muito conforme a receita, em média, uma porção de 30g de chocolate ao leite possui 160 calorias e tem 15.4g de açúcar.
Chocolate branco
Bom, ele não é oficialmente considerado um chocolate. É feito com manteiga de cacau, e não a massa de cacau. Em sua composição, leva ainda leite, açúcar e lecitina. Em suma, é o mais doce e cremoso dentre os listados.
Ele não possui antioxidantes ou efeitos positivos e possui maior quantidade de açúcar e gordura. A mesma porção de 30g, fornece 162 calorias e 17.7g de açúcar.
Qual a quantidade de chocolate amargo por dia?
Com tanto benefícios, é possível consumir chocolate à vontade? Infelizmente, para manter suas propriedades benéficas, é preciso comer com moderação.
Afinal, como já diriam nossos avós, tudo que é demais, sobra, não é mesmo?
O chocolate amargo, mesmo sendo mais saudável, ainda é uma fonte rica em calorias e gorduras saturadas. Se consumido em excesso, pode causar um efeito contrário à saúde. A porção diária recomendada é de 25g a 30g, no máximo.
Essa quantidade, é mais que suficiente para você obter todos os benefícios, sem desequilibrar a dieta ou ingerir calorias demais na alimentação.
Por fim, um dos principais problemas do consumo excessivo de chocolate é o sobrepeso. Somado às quantidades de açúcar, pode-se elevar o colesterol e os triglicerídios no sangue, aumentando o risco de diabetes e doenças cardiovasculares.
De imediato, em algumas pessoas mais sensíveis à cafeína, por exemplo, o chocolate pode ainda causar dor de cabeça, pois é rico em aminas vasoativas, que causam dilatação das veias cerebrais. E, finalmente, o excesso de chocolate pode aumentar a propensão a cálculos renais porque o alimento é rico em oxalato.
Portanto, é só maneirar na dose e lembrar que, para manter a saúde em dia, é preciso investir em uma alimentação balanceada, praticar exercícios físicos, possuir uma rotina de sono reparador, entre outros hábitos equilibrados. Na dúvida, consulte um profissional da nutrição.
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